Segunda-feira, dia quente, manhã ensolarada. O dia corria tranquilo apesar de que ainda era 10:00 horas da manhã e muitas horas estavam por vir.
Trabalhando com entregas, lá esta eu com uma Parati modelo 89 queimando o asfalto, correndo contra o tempo afim de agilizar o serviço e satisfazer os clientes com as encomendas entregues sem um minuto sequer de atraso.
Entregas feitas, horario de almoço. Volto para casa pensando o que me aguarda na mesa hoje, pensamento interrompido por uma visão nada comum. Em uma rua pouco movimentada, vejo um carrinho de carregar papelão e latinhas de aluminio e ao seu lado uma senhora desacordada, caída ao chão...passo devagar por ela e penso em até ligar para a policia... mas ao aquela cena pelo retrovisor, hesito por um segundo... engato a ré e volto.
Desço do carro e socorro aquela senhora, verifico sua presão levando meus dedos em seu pescoço: batimentos lentos e fracos.
Pego ela no colo e a coloco no banco do carona deitado e percebo que do lado em que seu rosto ficou no chão havia uma grande vermelhidão e seus labios branco e ressecados, dando a parecer que ela estava desacordada à um bom tempo.
Por um momento minha cabeça se enche de ira pelo fato de que muitos ja deveriam ter passado por ali e não tinham feito nada, no minimo disseram que era mais uma mendiga ou bêbada.
O motor do carro ronca alto e em minutos estamos no Pronto Socorro da Santa Casa local. Deixo-a sob os cuidados da enfermeira, porém fica a minha promessa de visita-la mais tarde, conforma a plantonista tinha me dito.
Volto para casa e me dou conta que perdi uma hora do meu almoço, a comida ja estava fria, e ainda por cima meus pais ficararam reclamando de meu atraso e outras coisas...meu silêncio é minha resposta.
Hora de voltar a trabalhar, calor de matar e a mesma rotina de sempre, exceto apenas por um detalhe, eu estava avoado, aéreo, pensando em como estava aquela mulher. O que leva certas pessoas a levarem vidas miseraveis? muitas perguntas passaram pela minha cabeça, mas poucas respostas obtive... como sempre e como todos.
Olho no relogio...5:45, hora de ir embora... pego minhas coisas e saio do serviço só que desta vez traço um caminho diferente e vou direto a Santa Casa, no meio do caminho apanho alguma flores e faço um buquezinho simples, ja que não tive tempo de passar na floricultura.
Chego na recepção e pergunto por ela, eles me indicam o quarto e sou acompanhado por uma enfermeira. Chego no quarto, simples de tudo, apenas a cama onde ela estava deitada e uma cadeira ao lado com uma janela pequena na parede.
Chego devagar, lhe entrego as flores e ela agradece. Pergunto o motivo de ela ter passado mal, ela diz que foi por causa de sua pressão baixa devido a uma alimentação ruim, em outras palavras: ela estava desnutrida.
Sinto um soco no estômago..."mundo ordinario" penso eu em silêncio...ela diz porque eu me calei, e apenas movo a cabeça em negação e deixo escapar um sorriso sem graça.
Ela me pergunta porque eu fiz aquilo por ela... respondo que não sei direito, mas que senti um impeto e um impulso na hora em que a vi naquele estado, digo a ela também que alimentação não seria mais problema pra ela, ja que eu poderia doar a cesta basica que recebo do meu serviço.
Ela agradece novamente...e me faz a mesma pergunta anterior...eu não sei responder... Ela então diz que sou um "Herói"... e eu pergunto-lhe, O que faz de mim um herói senhora?
Ela me diz sorrindo... Esse "S" vermelho estampado em sua camisa azul.
Olho pra mim mesmo e compreendo o que ela quis dizer, saio do quarto, dou um "tchau" generoso e volto para minha casa voando alto com os pés no chão!
Trabalhando com entregas, lá esta eu com uma Parati modelo 89 queimando o asfalto, correndo contra o tempo afim de agilizar o serviço e satisfazer os clientes com as encomendas entregues sem um minuto sequer de atraso.
Entregas feitas, horario de almoço. Volto para casa pensando o que me aguarda na mesa hoje, pensamento interrompido por uma visão nada comum. Em uma rua pouco movimentada, vejo um carrinho de carregar papelão e latinhas de aluminio e ao seu lado uma senhora desacordada, caída ao chão...passo devagar por ela e penso em até ligar para a policia... mas ao aquela cena pelo retrovisor, hesito por um segundo... engato a ré e volto.
Desço do carro e socorro aquela senhora, verifico sua presão levando meus dedos em seu pescoço: batimentos lentos e fracos.
Pego ela no colo e a coloco no banco do carona deitado e percebo que do lado em que seu rosto ficou no chão havia uma grande vermelhidão e seus labios branco e ressecados, dando a parecer que ela estava desacordada à um bom tempo.
Por um momento minha cabeça se enche de ira pelo fato de que muitos ja deveriam ter passado por ali e não tinham feito nada, no minimo disseram que era mais uma mendiga ou bêbada.
O motor do carro ronca alto e em minutos estamos no Pronto Socorro da Santa Casa local. Deixo-a sob os cuidados da enfermeira, porém fica a minha promessa de visita-la mais tarde, conforma a plantonista tinha me dito.
Volto para casa e me dou conta que perdi uma hora do meu almoço, a comida ja estava fria, e ainda por cima meus pais ficararam reclamando de meu atraso e outras coisas...meu silêncio é minha resposta.
Hora de voltar a trabalhar, calor de matar e a mesma rotina de sempre, exceto apenas por um detalhe, eu estava avoado, aéreo, pensando em como estava aquela mulher. O que leva certas pessoas a levarem vidas miseraveis? muitas perguntas passaram pela minha cabeça, mas poucas respostas obtive... como sempre e como todos.
Olho no relogio...5:45, hora de ir embora... pego minhas coisas e saio do serviço só que desta vez traço um caminho diferente e vou direto a Santa Casa, no meio do caminho apanho alguma flores e faço um buquezinho simples, ja que não tive tempo de passar na floricultura.
Chego na recepção e pergunto por ela, eles me indicam o quarto e sou acompanhado por uma enfermeira. Chego no quarto, simples de tudo, apenas a cama onde ela estava deitada e uma cadeira ao lado com uma janela pequena na parede.
Chego devagar, lhe entrego as flores e ela agradece. Pergunto o motivo de ela ter passado mal, ela diz que foi por causa de sua pressão baixa devido a uma alimentação ruim, em outras palavras: ela estava desnutrida.
Sinto um soco no estômago..."mundo ordinario" penso eu em silêncio...ela diz porque eu me calei, e apenas movo a cabeça em negação e deixo escapar um sorriso sem graça.
Ela me pergunta porque eu fiz aquilo por ela... respondo que não sei direito, mas que senti um impeto e um impulso na hora em que a vi naquele estado, digo a ela também que alimentação não seria mais problema pra ela, ja que eu poderia doar a cesta basica que recebo do meu serviço.
Ela agradece novamente...e me faz a mesma pergunta anterior...eu não sei responder... Ela então diz que sou um "Herói"... e eu pergunto-lhe, O que faz de mim um herói senhora?
Ela me diz sorrindo... Esse "S" vermelho estampado em sua camisa azul.
Olho pra mim mesmo e compreendo o que ela quis dizer, saio do quarto, dou um "tchau" generoso e volto para minha casa voando alto com os pés no chão!
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